O desempenho produtivo dos animais de corte está diretamente ligado à qualidade e ao balanceamento da dieta. Ganho de peso eficiente e elevado rendimento de carcaça não são resultados do acaso, mas sim reflexos de uma nutrição ajustada às exigências fisiológicas, ao potencial genético e às condições de manejo.
O papel da nutrição no ganho de peso
O ganho de peso é, essencialmente, o reflexo do balanço entre ingestão de nutrientes e as exigências energéticas do animal. Quando a dieta oferece energia e proteína em quantidade e qualidade adequadas, o excedente pode ser convertido em tecido corporal, favorecendo o crescimento muscular.
Entre os nutrientes críticos para esse processo, destacam-se:
- Energia metabolizável: proveniente principalmente dos grãos, como o milho e o sorgo, ela sustenta o crescimento e o metabolismo basal. Deficiências energéticas limitam a deposição de tecidos, enquanto excessos podem favorecer o acúmulo de gordura.
- Proteína bruta e aminoácidos essenciais: ingredientes como farelo de soja e farelo de canola são fontes importantes de proteína. A oferta adequada de aminoácidos, especialmente lisina e metionina, é fundamental para a síntese muscular.
- Minerais e vitaminas: zinco, fósforo, selênio, vitamina A e do complexo B são cofatores em processos metabólicos e contribuem para o crescimento eficiente.
Uma nutrição desequilibrada, por outro lado, compromete o desempenho. Dietas com baixa densidade energética ou deficiência de aminoácidos limitam o potencial de crescimento, aumentando o tempo necessário para o abate e, consequentemente, os custos de produção.
Rendimento de carcaça: mais do que peso vivo
O rendimento de carcaça refere-se à proporção do peso vivo do animal que é convertida em carcaça aproveitável. Em bovinos, por exemplo, esse valor gira em torno de 50% a 58%, podendo variar conforme raça, sexo, idade, manejo e, especialmente a nutrição.
A nutrição influencia o rendimento de carcaça de diferentes formas:
- Deposição de músculo vs. gordura: dietas bem formuladas promovem maior deposição de massa muscular em relação à gordura visceral, que não é aproveitada na carcaça. Isso eleva o rendimento final.
- Redução de perdas por jejum e abate: um plano alimentar com ingredientes de alta digestibilidade (como farinhas e grãos processados) reduz perdas durante o jejum pré-abate e melhora a integridade do trato digestivo.
- Conformação e acabamento: a presença de gordura subcutânea em quantidade adequada protege a carcaça durante o resfriamento e evita descontos no frigorífico. Isso depende de um correto balanceamento entre energia e proteína na dieta final.
Estratégias nutricionais que maximizam desempenho e rendimento
Diversas abordagens podem ser adotadas na formulação das dietas para melhorar o ganho de peso e o rendimento de carcaça:
- Utilização de subprodutos agroindustriais: ingredientes como farelos, DDG e polpa cítrica oferecem excelente custo-benefício, com bons níveis nutricionais.
- Fases de alimentação bem definidas: ajustar a densidade energética e proteica conforme a fase de crescimento (cria, recria, terminação) otimiza o aproveitamento de nutrientes e evita desperdícios.
- Inclusão de aditivos nutricionais: probióticos, tamponantes, enzimas e promotores de desempenho podem melhorar a digestibilidade, reduzir o estresse metabólico e favorecer a conversão alimentar.
- Monitoramento de consumo e escore corporal: o acompanhamento do desempenho individual ou por lotes permite ajustes dinâmicos nas dietas e antecipa possíveis falhas nutricionais.