A alimentação é o fator que mais influencia o desempenho produtivo dos ovinos, seja para carne, leite ou lã. Quando há desequilíbrio na dieta, principalmente em proteína, energia e fibra, os prejuízos aparecem rapidamente em forma de queda de ganho de peso, baixa fertilidade e maior incidência de doenças metabólicas.
Deficiência de proteína
A proteína é essencial para a formação de músculos, tecidos e também para o funcionamento do sistema imunológico. A carência proteica leva à redução do ganho de peso, atraso no crescimento dos cordeiros e queda na produção de leite das matrizes.
As principais causas dessa deficiência estão relacionadas a dietas baseadas apenas em volumosos de baixa qualidade, como pastagens maduras ou fenos muito lignificados.
Como prevenir:
- Utilizar fontes proteicas de boa digestibilidade, como farelo de soja, ddgs, farelo de canola ou ureia protegida.
- Fazer o balanceamento da dieta de acordo com a categoria animal (borrego cordeiro, carneiro, matriz gestante ou lactante).
- Monitorar o teor de proteína bruta total da dieta, mantendo-o entre 12 e 18%, conforme a exigência nutricional.
Deficiência energética
A energia é o “combustível” do metabolismo animal. Quando a dieta não fornece energia suficiente, o organismo utiliza a reserva corporal, resultando em perda de peso, redução na taxa de ovulação e menor eficiência alimentar.
Essa deficiência é comum em períodos de estiagem, quando a oferta de pasto verde é reduzida.
Como prevenir:
- Oferecer suplementação com ingredientes energéticos, como milho, ddgs, farelo de trigo ou casca de soja.
- Ajustar a relação volumoso vs. concentrado, principalmente em sistemas intensivos.
- Evitar variações bruscas na dieta, que podem comprometer a fermentação ruminal.
Deficiência de fibra
Muitas vezes negligenciada, a fibra é essencial para manter a saúde ruminal e garantir uma boa digestibilidade dos nutrientes.
Dietas com baixa fibra efetiva reduzem a mastigação e a produção de saliva, favorecendo distúrbios como acidose e timpanismo.
Como prevenir:
- Garantir no mínimo 25% de fibra efetiva na matéria seca total da dieta.
- Utilizar volumosos de boa qualidade (silagem de milho, pré-secado, feno de leguminosas).
O equilíbrio entre proteína, energia e fibra é o ponto central de uma dieta eficiente para os ovinos. Mais do que oferecer ingredientes de qualidade, é fundamental conhecer as exigências nutricionais de cada fase produtiva e realizar ajustes constantes na formulação. O acompanhamento técnico de um nutricionista animal é a melhor forma de garantir resultados consistentes e prevenir deficiências que comprometem o desempenho do rebanho.