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Dieta para suínos em fase de terminação

A fase de terminação dos suínos é uma das etapas mais críticas do ciclo produtivo, representando entre 35% e 40% do custo total da alimentação. Nesse período, o objetivo principal é maximizar o ganho de peso diário, a conversão alimentar e o rendimento de carcaça, sem comprometer a qualidade da carne. Para isso, é essencial formular uma dieta balanceada, baseada em ingredientes de alto valor nutritivo e com foco na eficiência econômica.

Exigências nutricionais

Os suínos em terminação geralmente estão entre 70 kg e 110–130 kg de peso vivo, com alta capacidade de deposição de tecido muscular e gordura. As exigências nutricionais se ajustam para promover ganho de peso eficiente, reduzir o excesso de gordura e preparar o animal para o abate.

Principais pontos nutricionais:

  • Energia metabolizável: entre 3.250 e 3.400 kcal/kg
  • Proteína bruta: 13% a 16%
  • Lisina digestível: 0,65% a 0,85% (ajustada conforme o sexo e genética)
  • Relação lisina/energia: um parâmetro importante para regular o ganho de tecido magro
  • Minerais: Cálcio (0,5–0,7%) e Fósforo disponível (0,3–0,4%) 

Ingredientes estratégicos na dieta

A seleção dos ingredientes deve considerar não apenas o perfil nutricional, mas também a disponibilidade regional, custo-benefício e digestibilidade. Produtos comercializados pela Nutritec são fundamentais na formulação dessa dieta.

Grãos energéticos

  • Milho: principal fonte de energia, com alta digestibilidade.
  • Sorgo: alternativa ao milho, especialmente em regiões com déficit hídrico. 

Farelos proteicos

  • Farelo de soja: padrão ouro em proteína vegetal, com excelente perfil de aminoácidos essenciais.
  • Farelo de canola: rica fonte de proteína, além de conter compostos bioativos com ação antioxidante.
  • Farelo de girassol: alternativa viável com boa palatabilidade e teores interessantes de fibra. 

Farinhas de origem animal

  • Farinha de carne e ossos: fonte proteica de alto valor biológico, além de fornecer cálcio e fósforo.
  • Farinha de vísceras ou peixe: excelente digestibilidade e palatabilidade, ideal para melhorar o consumo voluntário e o perfil de ácidos graxos. 

Minerais

  • Sal moído: fundamental no equilíbrio eletrolítico e no estímulo ao consumo.
  • Calcário calcítico: fonte de cálcio com excelente biodisponibilidade. 

Estratégias nutricionais avançadas

Além da formulação básica, algumas abordagens podem ser adotadas para melhorar o desempenho:

Segmentação da dieta
Dividir a fase de terminação em subfases (ex: 70–90 kg e 90–120 kg) permite ajustes finos nas exigências de lisina e energia, otimizando o uso de nutrientes conforme a taxa de deposição muscular diminui com a idade.

Uso de aditivos

  • Probióticos e prebióticos: melhoram a saúde intestinal e a digestão.
  • Acidificantes: favorecem a flora intestinal benéfica e inibem patógenos.
  • Enzimas exógenas: aumentam a digestibilidade de ingredientes fibrosos, como farelos vegetais. 

Controle da fibra dietética
Níveis moderados de fibra insolúvel melhoram a motilidade intestinal, mas o excesso reduz a eficiência energética. Farelos como o de girassol ou canola devem ser usados com critério técnico.

Impactos da dieta sobre a qualidade de carcaça

Uma dieta mal equilibrada pode levar ao acúmulo excessivo de gordura ou à redução do rendimento de carcaça. O uso de fontes proteicas de alta digestibilidade e o correto balanço aminoacídico favorecem a deposição de músculo, melhorando o índice de carne magra e reduzindo perdas no frigorífico.

Além disso, o perfil lipídico da dieta (especialmente com uso de farinhas de vísceras ou óleos vegetais) pode influenciar a composição de ácidos graxos da carne — aspecto cada vez mais valorizado pelo consumidor.