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Estratégias para reduzir o estresse alimentar em cavalos estabulados

O confinamento de equinos, embora comum em centros de treinamento, clínicas e propriedades de alta performance, impõe uma série de desafios ao bem-estar dos animais. Um dos principais problemas é o estresse alimentar — condição multifatorial que afeta tanto a saúde física quanto o comportamento dos cavalos estabulados. A alimentação inadequada em frequência, qualidade ou composição pode gerar distúrbios gastrointestinais, alterações de comportamento (como estereotipias) e prejuízos no desempenho atlético.

Entendendo o estresse alimentar

Em ambiente natural, os equinos pastam de 14 a 18 horas por dia. No sistema de estabulação, essa rotina é quebrada, e a oferta alimentar restrita a 2 ou 3 refeições por dia pode resultar em longos períodos de jejum, hiperacidez gástrica e ansiedade. A ausência de forragem contínua também reduz a salivação (importante tampão gástrico) aumentando o risco de úlceras gástricas e cólicas.

Além disso, a competição por alimento, dietas hiper concentradas e mudanças bruscas na formulação são fatores adicionais que agravam o estresse alimentar.

Estratégias nutricionais

  • Oferta contínua de fibra
    Garantir acesso constante a volumoso de boa qualidade (preferencialmente feno com teor de FDN entre 55% e 65%) é essencial para simular o comportamento natural de pastejo. A fibra promove a motilidade intestinal, estimula a salivação e reduz a ansiedade.
  • Uso de alimentadores slowfeeder
    Esses dispositivos limitam a taxa de ingestão, aumentando o tempo de consumo de feno e reduzindo o tédio e as estereotipias orais, como o aerofagia ou o ato de morder madeira.
  • Divisão das refeições concentradas
    Oferecer concentrados em pelo menos 3 refeições diárias e em pequenas quantidades ajuda a evitar sobrecarga do sistema digestivo e picos glicêmicos, que podem contribuir para alterações de comportamento e laminites.
  • Inclusão de ingredientes funcionais
    Alimentos com alto teor de fibra digestível, como casca de soja, polpa cítrica e farelo de trigo, são excelentes alternativas energéticas à base de amido, reduzindo a fermentação excessiva no intestino posterior. A Nutritec, por exemplo, fornece ingredientes ricos em fibra adaptados à dieta de equinos estabulados, com alta palatabilidade e excelente valor nutricional.
  • Suplementação de prebióticos e probióticos
    Estabilizam a microbiota intestinal, especialmente em animais sob estresse prolongado, reduzindo o risco de cólica e diarreia. 

Estratégias de manejo complementar

  • Monitoramento do comportamento alimentar
    Observar o tempo de ingestão, rejeição de alimentos ou aparecimento de comportamentos anormais permite ajustes rápidos na dieta.
  • Redução de estímulos estressantes no ambiente
    Estímulos visuais e auditivos, rotinas irregulares de trato e ausência de contato social também afetam o comportamento alimentar. Enriquecimento ambiental e intervalos de passeio são estratégias positivas.
  • Evitar mudanças abruptas na dieta
    Toda transição de alimento deve ocorrer gradualmente, em um período mínimo de 7 a 10 dias, para evitar distúrbios digestivos e rejeição alimentar.