A aquicultura brasileira vem crescendo a passos largos e se consolidando como uma das principais atividades do agronegócio nacional. De acordo com o IBGE (2023), o Brasil produziu mais de 860 mil toneladas de peixes de cultivo, com destaque para espécies como tilápia, tambaqui, pintado e pacu. Frente a esse cenário, a nutrição de precisão surge como uma ferramenta indispensável para melhorar o desempenho zootécnico, reduzir custos e tornar a produção mais eficiente e sustentável.
O que é nutrição de precisão na aquicultura?
A nutrição de precisão consiste no fornecimento de dietas formuladas com base nas exigências nutricionais exatas dos peixes em cada fase de desenvolvimento, levando em consideração variáveis como genética, temperatura da água, densidade de estocagem, tipo de sistema produtivo (intensivo, semi-intensivo ou extensivo) e metas produtivas. A proposta é evitar o fornecimento excessivo ou insuficiente de nutrientes, o que impacta diretamente no índice de conversão alimentar (CA), no crescimento e na saúde dos peixes.
Essa abordagem requer a integração de três pilares fundamentais:
- Formulação balanceada com ingredientes de alta digestibilidade
- Tecnologias de manejo alimentar e monitoramento
- Uso de aditivos nutricionais e funcionais
Formulação nutricional otimizada
A composição da ração é o primeiro passo para uma nutrição de precisão eficaz. O uso de ingredientes com alta biodisponibilidade é essencial para maximizar o aproveitamento dos nutrientes e reduzir perdas. A Nutritec oferece uma linha completa de ingredientes fibrosos e proteicos, como:
- Farelo de Soja: rica fonte de proteína vegetal, com boa digestibilidade para peixes onívoros como a tilápia.
- Farelo de Canola: excelente alternativa proteica, com perfil de aminoácidos favorável e bom desempenho na substituição parcial da soja.
- DDGS (grãos secos de destilaria): subproduto energético com bom teor de proteína e alta palatabilidade.
- Casca de Soja Moída Fina: ideal para ajuste de fibra e melhoria do trânsito intestinal em dietas extrusadas.
- Farinha de Carne: excelente alternativa ao uso de fontes inorgânicas de fósforo e cálcio, por serem mais econômicas e palatáveis, também fonte de proteína 40%, 45%.
- Farinha de Sangue: é caracterizada por apresentar alto teor de proteína, sendo por isso, indicada como um interessante ingrediente para compor a ração.
Manejo alimentar e eficiência zootécnica
A aplicação correta da ração também impacta nos resultados. O uso de alimentadores automáticos e a observação dos hábitos alimentares dos peixes são estratégias que ajudam a evitar o desperdício e promovem maior uniformidade de lotes.
Estudos mostram que uma boia de alimentação bem ajustada pode melhorar em até 15% o ganho de peso e reduzir significativamente a conversão alimentar. A CA ideal para tilápias, por exemplo, gira em torno de 1,3 a 1,5, dependendo do sistema e da qualidade da dieta. Para atingir esses índices, é necessário:
- Ofertar a ração em horários estratégicos, com intervalos definidos;
- Monitorar a temperatura da água e ajustar o fornecimento conforme a sazonalidade;
- Utilizar rações extrusadas de alta estabilidade na água.
Resultados esperados com nutrição de precisão
Produtores que adotam estratégias de nutrição de precisão observam ganhos consistentes, como:
- Redução da conversão alimentar em até 20%;
- Melhoria do ganho médio diário (GMD) em até 25%, dependendo da espécie e da dieta;
- Aumento da taxa de sobrevivência, especialmente em fases críticas como pós-larval e engorda inicial;
- Diminuição do impacto ambiental pela menor excreção de nitrogênio e fósforo.
Além disso, a nutrição de precisão contribui para a padronização dos lotes, o que facilita o planejamento de abate, melhora a rentabilidade por metro cúbico e reduz perdas logísticas.