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Alimentação de codornas: como garantir alta produtividade

A coturnicultura tem se consolidado como uma atividade de alto retorno produtivo e econômico, especialmente pela elevada taxa de postura das codornas japonesas, que podem ultrapassar 90% de produtividade com alimentação adequada. Para alcançar esse nível de desempenho, é essencial adotar estratégias nutricionais específicas para cada fase do ciclo produtivo, com formulações balanceadas, ingredientes de qualidade e uso criterioso de aditivos.

Exigências nutricionais por fase

As codornas têm metabolismo acelerado e exigências nutricionais elevadas, especialmente para proteína, aminoácidos essenciais, cálcio e fósforo. A alimentação deve ser ajustada conforme o estágio produtivo:

Fase inicial (0 a 14 dias)

  • Objetivo: Desenvolvimento rápido do sistema digestivo e imunológico.
  • Níveis indicados: 24-26% de PB. 
  • EM: entre 2.900 e 3.000 kcal/kg.
  • Atenção: Alta densidade nutricional e uso de rações micropelletizadas ou fareladas finas.

Fase de Crescimento (15 a 35 dias)

  • Objetivo: Ganho de peso e formação da estrutura corporal.
  • PB: 20-22%.
  • EM: 2.800 a 2.950 kcal/kg.
  • Importância do equilíbrio de lisina e metionina: fundamentais para o crescimento muscular e preparação para a postura.

Fase de Postura (>35 dias)

  • Objetivo: Alta taxa de oviposição, qualidade da casca e manutenção corporal.
  • PB: 18-20%.
  • EM: 2.750-2.850 kcal/kg.
  • Cálcio: 2,5 a 3,5% na dieta (essencial para formação da casca).
  • Fósforo disponível: 0,45-0,5%.

Ingredientes chave na dieta

Proteicos: Farelo de soja, farinha de peixe (em níveis baixos), farelo de canola e DDGS. O uso deve considerar digestibilidade e balanceamento de aminoácidos.

Energéticos: Milho, sorgo ou trigo. A escolha depende da disponibilidade regional e custo-benefício.

Suplementares: Óleos vegetais para elevação da densidade energética e melhoria do brilho da plumagem.

Fatores que influenciam o consumo e a eficiência

Além da formulação da ração, o ambiente e o manejo são determinantes para o sucesso produtivo:

Temperatura e ventilação: Altas temperaturas reduzem o consumo de ração — o ajuste da densidade energética é essencial em climas quentes.

Qualidade da água: A água deve ser fresca, limpa e abundante. A restrição hídrica impacta diretamente a postura.

Iluminação: 16 horas de luz diárias são recomendadas para estimular a produção de ovos.

Apresentação da ração: Rações fareladas muito grossas ou com excesso de pó reduzem o consumo.