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Como melhorar a conversão alimentar em frangos de corte

A conversão alimentar (CA) é um dos principais indicadores de eficiência produtiva na avicultura de corte. Trata-se da relação entre a quantidade de alimento consumido e o ganho de peso vivo do animal, sendo expressa geralmente em kg de insumos por kg de peso vivo ganho. Melhorar esse índice significa produzir mais com menos, o que impacta diretamente na rentabilidade do sistema produtivo e na sustentabilidade da atividade.

Para atingir índices satisfatórios de conversão alimentar, é fundamental compreender que diversos fatores interferem nesse processo — desde a genética e o manejo, até a qualidade nutricional dos ingredientes utilizados na formulação das dietas.

Qualidade dos ingredientes: o alicerce da boa conversão

A base para uma boa conversão alimentar está na qualidade dos insumos que compõem a dieta. Ingredientes como milho, farelos (de soja, canola ou girassol), farinhas de origem animal (como farinha de carne e ossos ou farinha de vísceras) e suplementos minerais precisam ser padronizados e de alta digestibilidade.

Farelos com alta concentração de fibra indigestível, por exemplo, podem comprometer o desempenho zootécnico. Já farinhas proteicas de origem animal, quando bem processadas, contribuem com aminoácidos de alta disponibilidade e maior densidade energética, favorecendo o ganho de peso com menor consumo de alimento.

Além disso, ingredientes como o sal moído, é essencial na manutenção do equilíbrio eletrolítico e da saúde óssea, impactando indiretamente a conversão alimentar ao evitar distúrbios metabólicos e locomotores.

Balanceamento nutricional: precisão na formulação

Uma dieta balanceada precisa atender às exigências nutricionais dos frangos em cada fase de crescimento, pré-inicial, inicial, crescimento e acabamento. Um dos pontos mais críticos nesse processo é o correto fornecimento de energia metabolizável, aminoácidos digestíveis (como lisina, metionina e treonina), minerais e vitaminas.

O uso de ferramentas como a nutrição de precisão, associada à análise laboratorial dos ingredientes, permite ajustes mais finos nas formulações, prevenindo tanto deficiências quanto excessos que prejudicam a eficiência alimentar.

Aditivos nutricionais: aliados da eficiência

A inclusão estratégica de aditivos pode melhorar significativamente a conversão alimentar. Enzimas digestivas aumentam a digestibilidade dos nutrientes, reduzindo a excreção e melhorando o aproveitamento dos ingredientes.

Probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos e promotores de crescimento naturais também atuam na saúde intestinal, que é fundamental para uma boa absorção dos nutrientes. Um trato digestivo saudável significa melhor resposta produtiva e, consequentemente, menor conversão alimentar.

Manejo alimentar e ambiência: fatores muitas vezes negligenciados

A forma como o alimento é fornecido e o ambiente em que os frangos são criados afetam diretamente o consumo e a conversão. Ambientes com temperaturas elevadas, alta densidade populacional, ventilação deficiente e estresse térmico resultam em menor ingestão alimentar e pior aproveitamento da dieta.

O manejo alimentar, com fornecimento fracionado e adequado ao comportamento ingestivo das aves, evita o desperdício e promove maior eficiência. Já a boa qualidade da cama, água limpa e temperatura controlada favorecem o bem-estar e reduzem o gasto energético das aves com termorregulação, direcionando os nutrientes para o crescimento.

Genética e sanidade: complementos indispensáveis

Linhas genéticas modernas têm potencial para converter melhor o alimento em carne, desde que as condições de criação acompanhem essa evolução. Para isso, programas sanitários eficientes, com vacinação, biosseguridade e controle rigoroso de enfermidades entéricas, são indispensáveis para preservar a integridade intestinal e o desempenho zootécnico.